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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reforma e Reavivamento


A Igreja Evangélica Brasileira precisa de uma nova Reforma. Muitos daqueles que se dizem protestantes já não protestam mais. Muitos daqueles que se autodenominam evangélicos têm transigido com a verdade e caído na malha sedutora do pragmatismo e das falsas doutrinas. Doutrinas estranhas têm encontrado guarida no arraial evangélico. Novidades forjadas no laboratório do engano têm sido acolhidas com entusiasmo por muitos crentes. Floresce em nossa Pátria uma igreja que tem extensão, mas não profundidade. Cresce em números, mas não em maturidade. Tem influência política, mas não autoridade moral. Faz propaganda de um pretenso poder, mas transige com o pecado.
A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às Escrituras. Muitos púlpitos estão sonegando aos crentes o pão verdadeiro e dando ao povo um caldo ralo e venenoso. Há aqueles que pregam o que o povo quer ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Pregam para entreter os bodes e não para alimentar as ovelhas. Pregam para arrancar aplauso dos homens e não para levá-los ao arrependimento. Pregam prosperidade e não salvação. Pregam curas e milagres e não novo nascimento. Pregam auto-ajuda e não a ajuda do alto. Há muitas igrejas fracas e enfermas por estarem submetidas a um cardápio insuficiente e deficiente. A fraqueza e a doença começam pela boca. Há morte na panela. O veneno mortífero das heresias perniciosas destila em muitas cátedras teológicas. Muitos púlpitos espalham esse veneno e muitos crentes se intoxicam com ele. Precisamos colocar a farinha da verdade nessa panela, a fim de que o povo tenha pão com fartura na Casa do Pão.
A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às grandes doutrinas da Reforma. Precisamos reafirmar que a Escritura é verdadeira, infalível, inerrante e suficiente e não podemos acrescentar à sua mensagem as revelações, sonhos e visões que emanam de corações errantes. Precisamos reafirmar que a fé em Cristo é suficiente para a nossa salvação e não podemos acrescentar a ela as obras, os méritos nem o misticismo variegado tão incentivado em tantos arraiais. Precisamos reafirmar que a graça de Deus é a única base sobre a qual recebemos a nossa salvação. O homem não merece coisa alguma a não ser o juízo divino, mas de forma benevolente, Deus suspende o castigo e nos oferece seu favor imerecido. Precisamos reafirmar que não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos, além do nome de Cristo Jesus. Precisamos reafirmar que a glória pertence a Deus e não ao homem, igreja ou instituição humana.
A Igreja Evangélica Brasileira precisa não apenas de Reforma, mas, também, de Reavivamento. Não basta ter doutrina certa, é preciso ter vida certa. Não basta ter apenas luz na mente, é preciso ter fogo no coração. Não basta apenas conhecimento, é preciso ter fervor espiritual. Não basta apenas conhecer doutrina, é preciso ser transformado e impactado por essa doutrina. A igreja de Éfeso tinha doutrina, mas lhe faltava amor. A igreja de Esmirna tinha amor, mas lhe faltava doutrina. Ambas foram repreendidas por Cristo. Precisamos de doutrina e amor, reforma e reavivamento. Não glorificamos a Deus com o vazio da nossa mente e a plenitude do nosso coração nem glorificamos a Deus com a plenitude da nossa mente e o vazio do nosso coração. Deus não é exaltado quando deixamos de conhecer a verdade nem Deus é glorificado quando deixamos de nos deleitar nessa verdade. Razão e emoção não são coisas mutuamente exclusivas. Elas se completam. A emoção que não provém de uma mente iluminada pela verdade é vazia, rasa e inconsistente. Uma mente cheia do conhecimento da verdade, todavia, que não exulta de alegria e santo fervor está, também, em total desacordo com a vontade divina. Oh! Que Deus nos desperte para o conhecermos verdadeiramente! Oh! Que Deus nos encha daquela alegria indizível e cheia de glória, a fim de que nos deleitemos nele e passemos a viver tão somente para a sua glória!
Rev. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A expressão ocupa o imaginário religioso com muitos significados distintos. Pode se referir aos benefícios de Deus, como em “receber uma graça”, ou também a completa ausência de qualquer boa vontade de Deus, como em “desgraça”: quem está longe da graça é alvo e também promotor do mal. Traduz a idéia de algo que nada exige de quem recebe, como em “de graça”, ou também a licença para viver de qualquer maneira, já que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5.20). No sentido da relação com Deus, já que ninguém é salvo pelas obras, mas pela graça (Efésios 2.8,9), sugere que nada (“nenhuma obra”) é necessário ser feito para garantir acesso ao céu. Enfim, “graça” pode se tornar uma palavra mágica para quem espera tudo de Deus, sem assumir minimamente qualquer compromisso, desenvolver qualquer reciprocidade ou senso de obrigação piedosa.
Mas a Bíblia tem outra maneira de compreender a graça de Deus. De fato, a graça implica o impulso de boa vontade de Deus baseado em seu próprio caráter e não em qualquer mérito de quem por Ele é abençoado. Exatamente isso: a graça de Deus não é o oposto de sacrifício, mas de mérito. Isso significa que aquele que não está disposto ao sacrifício não deve estranhar ao se ver privado da graça de Deus (Hebreus 12.15). A graça de Deus indica que nada que o ser humano possa fazer será suficiente para torná-lo merecedor do mínimo favor divino. Mas não indica que o favor divino será recebido sem que o ser humano faça algum sacrifício. Como bem disse Martinho Lutero: “É certo que ninguém será salvo pelas obras, mas é igualmente certo que ninguém será salvo sem elas”. Coerente com o ensino dos apóstolos: aquele que pretende receber o favor de Deus mediante o mérito pessoal decaiu da graça, e Cristo de nada lhe aproveitará. O favor de Deus é recebido mediante a fé. Mas não qualquer tipo de fé, somente a fé que opera pelo amor, pois a fé sem obras é morta (Gálatas 5.1-6; Tiago 2.17). A graça, e não o mérito humano, é o que explica o favor de Deus. Mas todo aquele que recebe o favor de Deus não fica impassível, em estado de mórbida letargia diante de tão grande expressão de amor.
Além de impulso bondoso, a graça é também o poder de Deus em ação sobre os que crêem. Estar sob a graça é estar sob a ação e influência de Deus. Paulo apóstolo disse “pela graça de Deus sou o que sou, pois a graça de Deus para comigo não foi vã”, e como conseqüência, trabalhou mais do que todos os apóstolos, pois também disse: “todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Coríntios 15.10). Por esta razão orientou Timóteo, seu filho na fé: “busque forças na graça que está em Cristo Jesus” (2Timóteo 2.1), pois junto ao trono da graça achamos graça para socorro em qualquer circunstância (Hebreus 4.16).
Porque somos alvos do favor gracioso de Deus e porque sua graça opera em nós, transbordamos em favor e influência abençoadora sobre todos ao nosso redor. Na verdade, Deus manifesta graça – ação bondosa e influência poderosa – através de todos os que se colocam sob sua graça. Os que se colocam sob a graça de Deus percebem que estar sob a graça é fruto da graça, e percebem também que transbordar graça é uma graça, principalmente num mundo marcado pela desgraça (2Coríntios 8.1-5).
Fonte: IBAB
 
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